sábado, 25 de junho de 2011

A Parábola

Após descarregar seu discurso inflamado, a respeito dos valores morais e éticos, desmembrou as atitudes que corroem o alicerce da irmandade e das famílias; Disparou a ira divina contra os pervertidos, depravados e desnaturados, trucidando os vícios demoníacos que circundam e afogam a sociedade.

Ele deixou a igreja pela porta da frente. Com as costas voltadas para o templo, deu um suspiro; acendeu um cigarro, amaldiçoando em pensamentos todos os bem aventurados. Levava consigo a oferenda dos fiéis. Ainda naquela noite, bebeu meio litro de whisky, cuspiu num vagabundo que lhe implorou auxílio; dirigiu alcoolizado o veículo custeado pela paróquia;

Encostou à beira da estrada, deu carona para três crianças, duas meninas e um menino. Irmãos que moravam num acampamento mantido pela congregação. Na madrugada praticou atos terríveis.

Os inocentes retornaram ao abrigo. Violados, marcados e corrompidos. Irreparáveis em suas perdas.

Ele voltou para sua cobertura; admirou fotos proibidas; tomou um copo de leite quente, fez uma oração antes de deitar.

Ps. Deus observou descrente, não podia acreditar.

(Autor: Michel F.M.) ©

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